Olá amigos e amigas, como vão? A review do Episódio VIII vem com pressa, pouquíssimo tempo depois da do Episódio VII. E será que neste longa as perguntas que ficaram em aberto no filme anterior (de quem é a Jornada do Herói? d’aonde veio a Primeira Ordem? Quem sou eu?) foram respondidas? Venham comigo e vamos descobrir.
Star Wars Os Últimos Jedi – Review: Um filme de Fantasia no Espaço… da Disney (Episódio VIII)

Este foi o filme de Star Wars que mais demorei para assistir. Atônito e horrorizado depois de ver Rogue One, sabia que o futuro da franquia estava sob as forças do Lado Negro (ou das Trevas, como os filmes da Disney gostam de chamar). Não vou tecer comentários sobre “O filme da Segunda Guerra Mundial ideologicamente carregado no Espaço da Disney“, mas o fato da “”causa”” ser o grande motivo de Rogue One e não a DEMOCRACIA, me assustou e me moveu para longe de Star Wars por mais de dois anos.
E cá estamos para prosseguir a nossa homérica saga para analisar os filmes da Disney de Star Wars. No episódio VII vimos que o filme deixara muitas duvidas, tanto em relação ao seu sentido: de quem seria a Jornada a ser Contada; até fatos da própria história do longa: como a Primeira Ordem TEM TANTA GRANA? Além do background dos personagens. Costumeiramente, duvidas dificilmente são respondidas nos filmes da saga. Até porque elas costumam ter impacto o suficiente quando o são (“Luke, I AM YOUR FATHER!“).

Este é o caso deste filme de fantasia no espaço da Disney que bem poderia ser um musical espacial, da Disney. E como sempre nas minhas reviews de SW. trato de assuntos que não se vê falando por ai, sendo eles, O Sentido da Franquia na boca de Mark Hammil, Um filme de ação e aventura que dá sono e um Filme de Fantasia da Disney… no espaço.
Venham comigo!
O Sentido da Franquia na boca de Mark Hamill
Vou começar pelas coisas boas. Apesar do J.J. Abrams ter abandonado a direção neste segundo longa da Trilogia Disney, ele permaneceu como produtor executivo (dizem que ele é de fato um fã de Star Wars). Abrams deixou para dirigir e roteirizar (talvez fora um erro grave, o roteiro) Rian Johnson. O diretor não teve nada a ver com Rogue One (escrito por tanta gente que só consigo pensar que na verdade se tratavam dos acionistas da Disney) mas temos um elemento principal daquele longa aqui no episódio VIII.
A coisa boa é que por Abrams ser fã, entende Star Wars. Para mim foi muito bom (um “EU TE DISSE”!) quando Mark Hamill falou que Os Jedi não deveriam continuar, porque eles ficavam sempre envaidecidos pelo uso da Força. Basicamente, ele fez uma exegese da franquia em poucas frases, de coisas que eu falei amiúde principalmente na review do Episódio III, a Vingança dos Sith.

Ele explicou tudo — não cuidaram do medo de Anakin e fora um Jedi que o treinara; ele mesmo ficou perdido por ser o grande Luke Skywalker; Yoda ao ajudá-lo a queimar a “árvore Jedi” deixou claro aquilo que o Samurai Hippie, o Liam Neeson, vinha falando há anos, de como a ordem Jedi vinha “patrulhando a galáxia” e exercendo todo seu poder sobre ela e o desequilíbrio que causara. E no alto de sua Arrogância como usuários da Força, não viram os Sith se aproveitando da situação.
Hamill, finalmente atuando a altura de si mesmo deixando de ser o “menino acanhado” para ser o “mestre revoltado” revelara tudo. Ele foi e é o ponto alto (pelo menos até agora) dos filmes da Disney de Star Wars, junto com o Finn que é maneiro. E para mim que gastara tanto tempo fazendo as reviews, foi uma recompensa.
Um filme de ação e aventura que dá sono

E agora que falei das coisas boas… foi só eu que quase dormi ao ver o filme? Duas vezes? A primeira foi quando o Finn junto com a “mecânica oriental” estavam salvando os “cavalinhos” do cativeiro terrível, em meio a uma guerra aonde toda a resistência poderia morrer. E antes que me chamem de insensível, lembrem, crianças escravizadas que cuidavam dos “bichinhos” e ninguém deu a mínima para elas.
O segundo ponto foi no final do filme. Talvez porque não fora o Abrams que dirigira, o longa não teve aquela “passada de acontecimentos” que são sua marca. Em vez disso tivemos… “Quests”.

Fiquei um bom tempo pensando como traduziria esse ponto do roteiro e o melhor que pensei foi em “Quests”, como as Quests dos jogos de RPG. Em vez de vários acontecimentos, Episódio VIII tem Quests, que podem ser traduzidas como “Missões”.
A primeira missão foi longo no começo do filme: o breve ataque da “Resistência sem naves” contra a armada da Primeira Ordem. Depois a segunda quest foi escapar… porque a Resistência é pobre coitadinha, ela mal tem naves e a Primeira Ordem tem cruzadores e destroyers maneirões.
E aí (depois de vários momentos de tensão sexual entre a general de cabelo Rosa que defende uma “causa” como os personagens de Rogue One e o capitão aka “I wanna Be Tom Cruise“) tivemos a segunda quest aonde o Finn foi enviado junto à mecânica oriental para conseguirem um jeito de invadirem os destroyers inimigos e… destruí-los?
Mais e mais Quests…
Daí o plano deu errado e a General de cabelo Rosa que parecia traidora na verdade iria se sacrificar pela causa enquanto todos fugiam (não tem piloto automático no espaço não?).
Mas ai… o plano deu errado de novo e a nova quest depois que a General que gosta de novinhos jogou sua nave no destroyer inimigo à “””semi-velocidade-da-luz””” pela causa, a resistência iniciou outra Quest para um planeta… Acho que vocês me entenderam. E todas essas missões com começo-meio-fim dão cansaço… parece que nunca acabam! No fim, tudo o que eu queria às 2h do longa era que ele terminasse.

Mas não acabou ainda! Enquanto todas essas Quests rolavam, do outro lado da Galáxia Rey estava na Quest da sua Jornada para ser Treinada pelo sábio mestre mais maneiro e melhor interpretado de toda a história de Star Wars — enquanto namorava com seu namoradinho no telefone sem fio da força…
Filme de Fantasia da Disney… no espaço.
Repararam como a Força aqui, na verdade seus usuários, são overpower ultra-poderosos +8mil? A cena da Leia se salvando (no que seria a morte mais injusta para a atriz e para a personagem) eu quase chorei. De tristeza. A atriz havia falecido poucos meses depois da filmagem e de repente era como se ela estivesse viva e escapado da morte. Eu pessoalmente, não gostei.
Isso sem falar a “quase queda” do Luke ao “quase matar” um adolescente… por Medo; coisa que ele nunca vacilou como Jedi. Pela primeira vez senti, talvez, a mesma coisa que Pamela Lyndon Travers sentiu ao ver Merry Poppins desvirtuada no cinema — o livro dela não tem nada a ver com o filme açucarado de Walt Disney.
Todo este filme com este uso da Força como M A G I A não tem precedentes nos longas de Star Wars: espíritos intercedendo nas coisas; pessoas desafiando a morte; outras fazendo um corpo físico aparecer em outro lugar… é tudo poderoso demais. A cena do Snoke controlando inteiramente um outro usuário da força foi… uma bosta. E aqui estou falando como fã mesmo.
A Força nunca foi “Solução Mágica” para todos os problemas (lembrem, os Sith também ganham). A cena do Luke “assustando” um exército inteiro é ridícula porque Jedis não vencem exércitos. Aquilo foi no-sense no ponto de vista da história de Star Wars.
M A G I A
Veja bem, essas são análises diante do que fora Star Wars. Mas do ponto de vista de pessoas que nunca viram um filme da Franquia são normais. Por quê? Porque é fantasia. E fantasia é isso mesmo. Existem varinhas de condão, fadas, bruxas e trevas; e na fantasia o mal sempre tem que desaparecer, porque um fio de esperança tem que aparecer.
Oras, como não ter esperança se você tem M A G I A ao seu lado? Basta ter alguém que saiba usar a M A G I A. É como o espírito do Yoda falou: “Aqueles livros Jedi são inúteis (assim como a história pregressa da franquia). Não há nada que a jovem Rey já não saiba.”. E aqui fica bem claro do porquê eu quase dormir vendo um filme de Ação e Aventura. Porque não se trata de um filme de Ação e Aventura, mas um filme de Fantasia no espaço.
Conclusão: Fantasia Espacial e não um Épico Familiar no espaço
Por incrível que pareça um Épico tem vários pés no chão. Nunca foi à toa que no exército da Leia o único que a desobedecia era Han Solo: ele nunca fez parte daquele exército. Quando ele fez, já era um General. A mesma coisa quando o Império contra-atacou. Não se precisava de mais uma arma de destruição em massa. O Império simplesmente invadiu a base Rebelde naquele planeta gelado e a cena antológica do Darth Vader entrando, aconteceu. Simples assim.
Os Jedi nunca foram per si, a salvação da guerra. Eram o começo, Uma Nova Esperança. A Leia procurou o Ben porque temia Darth Vader pelo fato dele ser “diferente” e não porque o Ben iria matar todo mundo com M A G I A (foi o que ela descobriu). Leia precisava de ajuda, e não de uma Última Esperança que resolveria tudo, como mágica. Mas isso, todas essas questões de Star Wars e que definem Star Wars, não importam no Episódio VIII, porque ele não é um filme que conta a Jornada de um herói ou uma heroína sobre um Épico familiar espacial, como um Ulisses Espacial.
“Não preciso de família para ser quem quero ser”
Esse Conto de Fadas da Disney NÃO é um épico familiar, como sempre fora Star Wars (palavras do Lucas). E a ausência de background familiar da Rey e do Finn são sintomáticas também. Diria até que a ausência de ancestralidade é facto desta geração não apenas no cinema. O Ren matar o pai (nasceu no pedido de Harrison Ford) tomou o sentido de “Não preciso de família para ser quem quero ser“. Soa familiar?

Esses filmes da Disney (estes dois) têm tantos elementos de queda e de Jornada, mas pecam tanto em ter um pézinho no chão, porque simplesmente não precisam ter. Snoke por exemplo… um Sith com tamanho poder que enganou o discípulo do Luke, morto daquele jeito… e d’aonde ele veio, como a Primeira Ordem é tão rica assim?
E sinceramente, não ligo se derem essas explicações em outras mídias ou no Ep. IX. Lembrem, o Império Galático era o IMPÉRIO, ele cobrava impostos DA GALÁXIA. Como a Republica GALÁTICA não tem dinheiro para nada? Nem umas navezinhas novas? No-sense.

A questão é essa. Os filmes da Disney não falam de uma Aventura Épica Familiar, de uma Jornada do Herói, um Épico Espacial. Eles são pura fantasia no espaço. Contos de fada não precisam se ligar a “pequenos detalhes”, precisam apenas contar uma historia de ninar, aonde se há esperança (M A G I A), há vida. Uma Fantasia espacial de ninar, como fora Merry Poppins.

Disney deve estar orgulhoso.