Você sabe o que é Chuunibyou? E o anime, Chuunibyou demo Koi ga Shitai!, já ouviu falar? E se eu te disser que é aquele anime da menina com tapa olho… Mas não o de terror. E se mesmo assim você não reconhece… Talvez seja hora de você conhecer, ou relembrar deste anime clássico, aqui na minha review de Chuunibyou demo Koi ga Shitai! Com Spoilers! Vem comigo.
Chuunibyou demo Koi ga Shitai! – Review: Aprendendo a superar a dor de uma Perda com o Dark Flame Master
Há quanto tempo não faço review de anime? As últimas foram Charlotte, Maou Yuusha e Re:Zero, isso há mais de dois anos (ou quase 2 anos!). Mas depois de publicar tantas indicações de anime, eu me vi combalido a fazer uma review de um que o grande pierrotgluton é fã: Chuunibyou demo Koi ga Shitai! E como eu sempre faço no começo dos meus textos, dou uma palhinha do que vou falar, porque pode ser que interesse você, querida leitora ou leitor, ler pelo menos uma parte.
Eu vou falar do seu roteiro/enredo, de como ele é bem amarrado. Vou explicar um pouquinho o que é Chuunibyou; dar uma palhinha sobre a Hilariedade dele e terminar com a beleza do Sentido do Anime, que é… não vou dizer agora, se você quiser saber vai logo para a seção lá embaixo. E quero lembrar que esta review do anime é somente da Primeira Temporada de Chuunibyou, por motivos que esclareço no texto. Mas antes a gostosa… Sinopse!
Sinopse da zoeira by my Memory

Saca aquela velha história da menina que chega mudando a vida do cara, bem clássico de animes seinen de romance? Então… na verdade Chuunibyou começa com Yuuta, o nosso querido Dark Flame Master AKA Lelouch de Code Geass (inclusive é o mesmo dublador) jogando fora suas coisas de… Dark Flame Master. Mas ao mesmo tempo ele acaba encontrando, descendo com suas belas e perninhas desengonçadas pelo lado de fora de seu apartamento, uma mocinha. Após ajudar a estranha mocinha, nosso herói acaba caindo numa história com aventuras de montão!macias
O Roteiro/Enredo super bem amarrado do Dark Flame Master!
Vocês já reparam como a Rikka, a nossa querida menina que apresenta sinais de “Chuunibyou” não tem um alter-ego? Ela tem o olho “da morte” mas ela não se transforma num “Dark Flame Master” ou numa “Mori Summer” como a gatíssima Nibutani. E por que eu resolvi começar falando do roteiro, citando essa curiosidade? Eu não sei, me lembrei de repente e isso vai fazer parte do argumento central sobre o “Sentido” do anime.
Já repararam também que em Chuunibyou cada episódio é completamente interligado no seguinte? Como se a história na verdade fosse uma só, e não vários capítulos em separado, que no frigir dos ovos contam uma coisa só. Vou explicar. Vocês lembrar dos tokusatsus antigos, ou então de Sakura Card Captors, Sailor Moon?

Cada episódio tinha uma narrativa e uma história diferente da outra, mas que no fim acabava se interligando por pequenas coisas que aconteciam no decorrer dos episódios. Por exemplo, Os Changeman derrotavam um monstro, mas então acontecia algo com o Change Vermelho que permanecia no decorrer da série. Ou mesmo a Sakurinha, que cada episódio prendia uma carta diferente, mas ela ia se apaixonando pelo Shaoran aos poucos.
Então, esse tipo de narrativa fragmentada é o que NÃO acontece em Chuunibyou. Cada episódio é como se fosse um dia após o outro: Rikka vai para a escola e daí ela resolve fazer seu grupo escolar (porque não quer ficar sozinha) e depois encontra a Nibutani, etc, etc.
Esse enredo não fragmentado em pequenas narrativas é o que na verdade considero mais inteligente do ponto de vista autoral de Chuunibyou. E acredite, você querer saber como por exemplo a Rikka vai ficar sozinha com o Yuuta no quarto, vai te levar a continuar assistindo.
Mas e o que é Chuunibyou afinal de contas?
Então, eu poderia mentir para vocês e dizer que é um tipo de doença psicológica que acontece com os jovens — mas isso não está documentado e não aparece ser algo sério nem mesmo no Japão… Não é algo sério porque para ser considerado doença, precisa fazer algum mal à pessoa, ou as outras pessoas que faz parte do circulo social dela. Se nós não podemos levar Chuunibyou a sério do ponto de vista psicológico, mas sabemos que acontece (mais ou menos) no Japão, vamos tentar entender isso na ótica do anime.
Todo mundo que apresenta Chuunibyou lá, seja o Yuuta, a Nibutani, a Rikka ou a Dekomori não parece sofrer de depressão ou de solidão profunda. Parece algo mais como… uma tentativa da própria juventude de lidar melhor com a realidade a sua volta. Mais ou menos como ser gótico, emo ou gostar de ver anime. Parece ser um tipo de interação socialmente aceita entre os jovens, como por exemplo, brincar de “power ranger” quando se é criança, que acabam encontrando também quem curte e assim fazer parte de um grupo.

Mas assim… se existe Chuunibyou no Japão… O termo existe no Urban Dictionary e é mais ou menos isso que expliquei para vocês: uma forma do jovem se encontrar no mundo. Interessante como essa obra acaba por tomar isso de uma forma tão HILARIANTE e ao mesmo tempo profunda… Mas vamos focar um pouquinho no Hilariante antes da gente chegar no Que o Anime quer Dizer, e Porque eu não gosto da 2º Temporada.
Hilário, satírico e lotado de Cultura Pop

Cara… Chuunibyou é hilário . Eu tava aqui tão sério fazendo esse texto quando me lembrei das tiradas da Rikka, das porradas que sua irmã boazuda faz segurando uma concha de sopa e até das lutas épicas delas duas. Das porradas que o Yuuta leva, dos foras que a linda e moe pracar?lho Kumin-senpai da no amigão dele, o Makoto, enfim. E sem contar de todas as referências que Chuunibyou tem. Seja com o Lelouch de Code Geass, com Senhor dos Anéis (dá onde você acha que veio a Mori Summer afinal?) e principalmente Another.
De longe Chuunibyou acabou se tornando referência por brincar e fazer zoeira com as poses estranhas e afetadas dos animes ou filmes mainstream. E sim, antes que alguém tenha alguma duvida, a Rikka é uma sátira à Another, como eu citei no nosso Top Animes Clássicos de 2012. Aliás, uma das minhas maiores motivações para fazer essa mega review de Chuunibyou foi porque eu acho que ele merece.

O anime brinca de forma genial com a cultura japonesa, com a cultura pop em geral, além de conseguir falar de algo deveras profundo ao mesmo tempo que brinca com o crescimento e o “se tornar adulto”. Se pouca gente aqui no Brasil fala de Chuunibyou mas viu animes como Charlotte por exemplo (que tenta zoar da cultura pop e também usa o estilo Lelouch de ser no protagonista), então é melhor ver a primeira temporada dele. Mas só a primeira… porque ela fala de…
A superação de uma dor no meio da Juventude
Você já sofreu? Por algum motivo eu acabo sempre falando de draminhas aqui no blog, mesmo nunca tendo feito uma review das 4 Grandes Obras da Key (vou fazer este ano, fique conosco). Mas como que faz uma obra de drama, em? Neste texto explico a fórmula Key de obras primas que fazem caminhoneiros chorarem chamando pela Mamãe, como o Yoga: um encontro inesperado; um cadinho de humor e candura junto a um sofrimento; separação forte, e talvez (talvez) reencontro (tô sendo bem simplista aqui). E essas coisas acontecem em Chuunibyou?
Pense bem: Yuuta acha Rikka – ela é doida de pedra, gatinha e hilária – ele entende que ela perdeu o pai – ela vai morar com a mãe e com a avó (separação) – Ele vai ao reencontro dela (reencontro) = caminhoneiro chorando.
A gente falou do roteiro bem amarrado de “um dia depois do outro”. Citei o quanto ele é engraçado e expliquei que Chuunibyou acontece como uma forma do jovem se encontrar e compreender melhor o mundo à sua volta. Todos os personagens que têm Chuunibyou não parecem ter depressão (mesmo que eles tenham passado por momentos difíceis), e que todos têm um alterego… Menos a Rikka. Quem viu o anime e não se perdeu na comédia (coisa difícil) ou nas belas pernas e no amor fofo e moe dela, percebia o que poderia vir.
Menos eu. Foi um baque ver como um anime que você caia de dar risada e ia se apaixonando lentamente por ela (porque ela é fofa) guardaria algo tão profundo. É como se a Kyoto Animation (a produtora do anime) tivesse aprendido com Kanon e Clannad e resolveu nos assombrar com essa faceta, de que muitas vezes os jovens se escondem nos cemitérios, ouvem metal pesado, viram o DARK FLAME MASTER ou têm o “Olho da Morte” porque algo de muito ruim aconteceu, ou acontece com eles.
Eu nem vou longe como o anime vai de “aceitar a Rikka doidinha de pedra como ela é”, mas sim de aceitar as dores e de tentar crescer do modo mais bonito e forte possível, como a Rikka faz. Com a ajuda do Yuuta, da Toka e até do seu “Olho da Morte” que a permite “ver” mais beleza na sua vida. E não… ela não é a Nagisa (que salva o herói em Clannad), muito pelo contrário.
É isso pessoal, abração!
Perai… E a Segunda Temporada?

Saca o roteiro interligado? Não tem. Arranjar um modo para superar as dores? NÃÃO. E o amor para crescer… ÉÉÉÉ NÃO! Nem vou falar do último episódio ou da menina de cabelo rosa para fazer um triângulo amoroso de abestados. Se você quiser rir… veja que é tão ou mais hilária que a primeira e tem doses cavalares de moe (o que é sempre bom). Ma só veja para rir mesmo, não queira mais do que isso.
Agooooora sim, Abração!
Fontes: Urban Dictionary [Link]/ Wikia [Link]/ Wikipédia [Link]