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Mangá Brasileiro Baseado em Helena, de Machado de Assis, é Lançado!

Outra daquelas noticias que eu esperei um tempo, para poder colocar aqui no site. Pois então, o Mangá baseado na obra de Machado de Assis, Helena, foi lançado esse ano no AnimeFriends em São Paulo.
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Mangá Brasileiro Baseado em Helena, de Machado de Assis, é Lançado!

helena manga 4 studio seasons“O Studio Seasons lançará Helena, obra adaptada de Machado de Assis, no Anime Friends 2014! Estaremos lá no dia 26 de julho, a partir das 10:00, e ficaremos no estande da editora NewPOP durante todo o dia autografando os exemplares . Além disso, as três integrantes estarão fazendo demonstração de arte final.”

As mangakás (acho que dá para colocar assim) formam um grupo chamado Studio Seasons, que já vem atuando na área de mangás há bastante tempo — o grupo está junto desde 1996.

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As autoras são, Montserrat, Sylvia Feer e Simone Beatriz, e sua colaboradora Maruchan. Algum exemplo de suas obras: tirinhas Os Ronins e Patuska, os contos Profanação e Os Manipuladores (publicações num jornal destinado aos brasileiros residentes da Flórida, nos Estados Unidos).

Hoje elas estão trabalhando nas séries Oiran, Sete Dias em Alesh, Laser Boy e nas light novels Contos de Sher Mor e Zona Quantum. Sem dúvida alguma é muito trabalho!

(Vídeo de Divulgação do mangá de Helena)

No link abaixo tirado da Crunchyroll vocês podem ver uma entrevista que as meninas deram. Lá elas contam, entre outras coisas, que foi a Editora NewPop, que o ofereceu a publicação. Daí elas escolheram uma obra clássica, mas que não houvesse perdas de conteúdo para as leitoras e leitores.

Como é de praxe, também dei uma olhada no Site Oficial das meninas para ver como “é o negócio”, e a impressão que se tem, é que elas são autoras de mangás shoujo. O que é muito bom por sinal, e mostra como o gênero é bem forte por aqui — afinal de contas, quase 100% dos shoujos que vi, foram indicação dos MANOS — pois é, dos amigos homens mesmo, rs.

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Eu não vou mentir que tenho dar duas opiniões: A primeira sobre a escolha da obra de Machado. Como vocês sabem, eu só gosto de dar minha opinião sobre qualquer coisa, depois que conheço bem. Mas como sou um leitor assíduo do mestre, confesso que fiquei meio triste com a escolha de Helena.

Helena é daqueles romances ainda na fase “romântica” de Machado. Se eu fosse para escolher uma obra não muito conhecida, mas clássica do mesmo jeito, optaria por Esaú e Jacó. Acredito que o público que consume shoujos (grande parte é de homens aqui no Brasil, para minha surpresa, rs) gostaria muito de conhecer.

Mas gostei da argumentação que elas deram na entrevista sobre ter escolhido Helena. Discordo, mas fico sempre no desejo de que dê certo e venda como pãozinho quente na padaria.

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Outro ponto a se destacar, é a interessante comparação que se pode fazer entre elas e a CLAMP. Não parece que elas são as CLAMP brasileiras pessoal? Sou só eu, ou tem mais alguém morrendo de orgulho dessas meninas corajosas?

Desejos sinceros meus, de que tudo dê certo.
(Dá um orgulho dessas brasileiras viu!)

Abraços e boa sorte meninas!

Fonte: [Link] Entrevista na Crunchyroll.com
Fonte: [Link] Link do Lançamento do mangá de Helena
Fonte: [Link] Site oficial Studio.Seasons.nom.br

Dom Casmurro: Um Clássico da Língua Portuguesa – Indicação

Agora vamos passar a uma pequena indicação do romance Dom Casmurro, obra-prima do mestre Machado de Assis. Sou um eterno fã do Bruxo do Cosme Velho, e foi um prazer falar sobre esse maravilhoso livro. Boa leitura!

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Dom Casmurro: Um Clássico da Língua Portuguesa – Indicação

Tem algum tempo que não faço um post sobre livros aqui no blog. Desta vez, assim como fiz em Eurico, o Presbítero, vou fazer uma breve indicação sobre Dom Casmurro.

É realmente deveras emocionante poder escrever algumas linhas sobre qualquer obra de Machado de Assis. Li diversos livros dele — coloca ai na conta, Dom Casmurro, Esaú e Jacó, Memórias Póstuma de Brás Cubas, Quincas Borba, etc — e me considero um grande fã desse gênio. Na verdade, na linha de ‘romances’, tenho Machado de Assis como o maior escritor que já li, e tomo ele como referência para qualquer outro autor Ueshiba Riichi?

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Um dos autores que apesar de só ter lido um livro dele, me recorda muito o estilo ‘irônico’ e ‘seco’ de ser é José Saramago. Quando li “Memorial do Convento” (para ler a indicação do livro de Saramago, só seguir o link) só me vinham comparações com o ‘Bruxo do Cosme Velho’.

O estilo ‘realista‘, por mais que Saramago jogue muito com ‘literatura fantástica‘ me colocava sempre em xeque no dizer, ‘como parece Machado de Assis, mas Machado é melhor’. Me falta ler por completo uma das grandes obras de Saramago: “Evangelho Segundo Jesus Cristo“. Eu até tentei…

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Romance x Novela

Mas antes de falar um pouco sobre o ‘romance’ em questão, vale à pena dar umas esticadas para falar de alguns termos. Primeiro, porque dizemos ‘romance‘? O termo romance não se refere a obras românticas somente, mas sim, a obras que se diferenciam de ‘novelas‘. Geralmente romances tendem a dar enfoque a um ou mais personagens principais, enquanto novelas tendem a narrar a vida de diversos personagens.

Então Dom Casmurro é ‘romance’ porque foca a vida de Bento, enquanto “O Cortiço“, que foca a vida dos personagens num cortiço está mais para novela — se bem que o termo novela se aplica mais a “Memórias de um Sargento de Milícias”, mas eu gosto de pensar que “O Cortiço” pode ser tomado como uma novela também. Mas, porque escolhi O Cortiço pra dar esse exemplo? Porque tanto Dom Casmurro como O Cortiço estão dentro da classificação ‘realismo/naturalismo’.

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Eu posso falar bem dessa classificação porque apesar de amar obras românticas, sou um louco por ‘realismo’. Então, obras realistas/naturalistas tendem a deixar de lado aquelas metáforas ‘desvairadas’ de obras românticas como ‘amar mais que a própria vida’, ‘por ela eu morro sem nenhum arrependimento’, etc.

Obras realistas focam mais ‘a vida como ela é’, sem aqueles rodeios melodramáticos que estamos acostumados — por causa das telenovelas.

Então meio que entendemos né?

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Um romance focado mais na vida de uma personagem — no caso o Bentinho — e realista, ou seja, uma obra sem ilusões ou saudades. Focada na realidade que é a vida do ser humano. Contudo só mais um detalhe: gosto de pensar que o fundador da Academia Brasileira de Letras era um ‘mestiço’, um homem negro. Hoje alguns historiadores tendem a pensar o mesmo.

Pois bem, lembrando que isso não é uma crítica e que só estou dando opiniões pessoal, olha lá! Enfim, Bento nos narra a história de sua vida. No começo ele explica o motivo do nome de seu livro e que mais tarde retornaria a escrever o que queria desde o começo.

Não vou dar muitos spoilers, mas temos em Dom Casmurro muito mais do que “Capitu traiu Bento com Escobar?”. Na verdade essa pergunta é a que de fato move discussões até hoje, mas o livro vai além dela. Coisas geniais e “maravilhosissímas” como o agregado José Dias, a própria mãe do Bentinho que é uma mulher ‘quase santa‘ e claro, a lindíssima Capitu com seus “olhos de cigana oblíqua e dissimulada“.

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“Romance de Crescimento”

Dom Casmurro é antes de tudo, porém, um romance ‘bibliográfico‘. Perpassa toda a vida do personagem e acaba causando empatia imediata com o leitor por causa disso. Por exemplo, quando éramos adolescentes e tivemos nosso primeiro beijo, como foi a decisão que era ‘nossa mesma’ e não de ‘nossos pais’, etc.

Esse tipo de obra é uma ‘obra clássica’ como a do mito da “Jornada do Herói aonde os personagens vão em busca de um sonho — shonen? — ou então de descoberta do ‘self’, ou “rito de passagem” — shoujo? Obras assim tendem a causar empatia com o leitor, e Machado foi genial ao usar o romance do tipo ‘crescimento’ para captar seus leitores.

Como isso não é uma crítica, vamos ao “Sentido da obra” e um “easter-egg”…

Dom CasmurroComo eu deixei meio por raso no começo, a coisa ao meu ver não fica na traição, ou no porquê a Capitu era uma na adolescência — forte e decidida — e depois fraca e pasma na idade adulta.

Ao meu ver, o sentido é: O livro é a visão de Bento do mundo. O que importa não é bem o que pensamos, mas o que o motivou a tomar suas decisões. É um livro de ‘percepção pessoal’ acima de tudo.

O “easter-egg” é que Machado sempre em algum momento, se coloca nos seus romances — assim gosto de pensar. Em alguma hora na fase adolescente de Bentinho, um menino mulatinho, um negrinho aparece vendendo bombons para ele e Capitu senão me engano. Eu arrisco dizer, que esse era o próprio Machado. Existem outras cenas assim nos outros livros dele…mas isso é outra história.

Então é isso. Se apressem e leiam essa obra-prima feita por um dos maiores escritos de nossa literatura. E aí? Você acha que estou errado? Capitu traiu mesmo Bento? Eu acho que sim…Ou será que…

Boa leitura!

Fonte:
[Link]
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Dom Casmurro em Quadrinhos!

Capitu traiu, ou, não traiu Bentinho? Adoro discutir sobre isso. Um dos livros mais conhecidos e comentados do escritor brasileiro Machado de Assis, Dom Casmurro, ganha mais uma adaptação para as coloridas páginas de um revista em quadrinhos.

Dom Casmurro em Quadrinhos!

Com ilustração de Rodrigo Rosa e roteiro de Ivan Jaf, o clássico literário “Dom Casmurro”, lançada em 1899, trata a história de Bento Santiago, um jovem rapaz prometido a padre, mas que descobre uma paixão por sua amiga de infância, Capitu. Bento é o narrador da própria trajetória e tenta na velhice “atar as duas pontas da vida.”