Bem-vindos meus amigos ao primeiro post da série de especiais do Therion: “O melhor metal sinfônico e ocultista”. Nesta resenha vamos tratar do álbum mais vendido da banda até aqui: Vovin. Espero que se deliciem com o “melhor-do-melhor” Metal!
Vovin, Therion – Review: O Melhor do Metal Sinfônico e Ocultista
Reviews de Álbuns do Therion
Vovin> Lemuria > Sirius B
Como é falar do “melhor-do-melhor” de alguma coisa? Assim inicio este post que eu posso dizer para todos os amigos e amigas, eu realmente “enrolei” pra fazer, por simplesmente ter de escolher quais álbuns eu ia fazer as resenhas. Escolhi, claro, o Vovin e depois o Lemuria/ Sirius B (são álbuns “gêmeos” porque são duplos, mas argumento que cada um merece sua própria review).
Eu poderia falar do Secret of the Runes, do Theli (que é um marco para o metal sinfônico), do Deggial, do Crowning of Atlantis, e até de alguns outros mais desconhecidos como Bells of Doom e A’arab Zaraq – Lucid Dreaming. Mas escolhi esses três, cada um por motivos pessoais e especiais também. Mas agora é a hora do Vovin, e vamos para ele.
Um pouco da história do Vovin
O Vovin (1998) foi o sétimo álbum do Therion e foi o que mais vendeu, chegando a mais de 150,000 mil cópias apenas na Europa! E apesar do álbum levar o nome Therion na capa (a banda inteira), o Christofer (guitarrista da banda) nos diz que na verdade é um álbum solo dele mesmo. Por que?
Porque ele foi gravado inteiramente no estúdio com músicos que não são membros oficias do Therion — somente com ele liderando o projeto.
Rise of Sodom and Gomorrah – “Therion goes Classic”
Outra coisa interessante é que o nome Vovin quer dizer “dragão” em “Enochiano”: uma espécie de linguagem “angélical”/ ocultista. Não vou entrar muito no assunto desta linguagem, mas deixo a referência abaixo para quem quiser saber um pouco.
Entre os músicos convidados do Vovin está a cantora Sarah Jezebel Deva (que engordou um bucado de 1998 pra cá) que se trata simplesmente da vocalista (pelo menos até 2012) da banda Cradle of Filth. Ela é uma das cantoras mais conhecidas do meio “sinfônico-black metal” e na verdade é sempre bom citar essas referências.
Sobre o Therion e o Ocultismo

Outra coisa interessante a citar do Therion é que desde 1996, muitas das letras da banda são feitas por Thomas Karlsson (provavelmente, ele é o autor da lindíssima “Draconian Trilogy” deste mesmo Vovin; ela é um show de poesia oculta!).
Este Thomas é uma espécie de líder de uma seita ocultista chamada “Dragon Rouge”, assim como também é cantor de uma banda de death metal sinfônico chamada Shadowseeds. Na verdade… eu poderia dizer que o Therion é uma banda defensora da “seita” Draconiana. Therion quer dizer “A Grande Besta”, em referência a “To Mega Therion”, que é um dos nomes de Aleister Crowley, e também referência à banda Celtic Frost, que tem uma música com este nome.

Digamos assim… quando eu digo ocultismo eu não me refiro muito ao lado “bonzinho” do termo, mas ao lado “malvadinho” mesmo. Eu encaro o Therion como também um divulgador dessa seita religiosa (vamos lá… satanista no meu ver) de nome “Draconiana”. Mas calma… não tenham “tanto medo” — se é que hoje isso dá medo num mundo tão ateu kk.
Tenham calma porque todas as letras são maravilhas de poesia, algumas contam historias inteiras de mitos e lendas ancestrais, como a Ginnungagap do Secret of the Runes, que conta o mito de criação Viking (e a música é um deleite!). E tem várias outras, como An Arrow from the Sun, Quetzalcoatl, Abraxas (todas as três do Lemuria que tem uma review aqui mesmo).
Falando das Músicas e da Qualidade Musical do Vovin
“The Rise Of Sodom And Gomorrah” – Perfeição
Antes que alguém comece a pensar que “eu conheço todas as letras do Therion”, não, eu não conheço. Procuro ver a letra quando me interesso de algum jeito — as vezes de forma pessoal. Mas esse álbum começa logo com “The Rise Of Sodom And Gomorrah”. Só essa musica, ela e mais nada é toda a história do metal sinfônico.
Deixei uma versão de The Rise Of Sodom And Gomorrah ao vivo, que o Therion gravou junto com uma orquestra logo no começo do post. Uma das clássicas gravações “Therion Goes Classic” que todo fã de metal deve conhecer.
Sabe? PERFEIÇÃO? O Therion foi a primeira banda a colocar instrumentos orquestrais na composição inteira da música. Só agora o Epica começa a chegar perto disso — siga o link e veja a review do álbum Design your Universe do Epica.
Claro que as músicas além de composições orquestrais ainda possuem os coros que meu Deus, são maravilhosos! Dessa maneira os violinos, celos, instrumentos de sopro e até os coros “não são o fundo da música”. Eles não fazem só “pampampam” como composições do Nightwish e do Epica. Eles SÃO As Músicas! Sem esses instrumentos e os coros NÃO TEM MUSICA NENHUMA.
Wine of Aluqah – Ao Vivo 2001
Esse foi para o Therion (até a época do Gothic Kabbalah) o grande diferencial e ponto de referência. Na verdade, eu não imagino o metal “operístico”, sinfônico, (ou que nome você dê para ele) sem que houvesse um “Therion”. Se qualquer banda de metal quer “chegar lá”, fazer o “melhor-do-melhor”, o ponto de partida e chegada são as composições do Therion.
Pois então… Vamos falar das MÚSICAS. Começando com a lenta, “Birth of Venus Illegitima”, seguida pela quase power metal “Wine of Aluqah” que deixo aqui a versão de um show ao vivo dela (está ai no tube!). Clavicula Nox (cuja versão do Crowning of Atlantis eu acho muuito mais bonita musicalmente); The Wild Hunt que tem uma pegada mais power metal e forte no final e Eye of Shiva que é um pouco mais lenta que Venus Illegitima.
O Therion não é Gótico!!
Eu imagino que essas músicas mais lentas do Therion fazem as pessoas pensarem que a banda é “gothic metal”. Ledo, ledíssimo engano. Acho que essa impressão aumentou ainda mais com o álbum “Gothic Kabbalah”. No fundo eu nem gosto muito de discutir o assunto.
Mas o Therion começou essencialmente como Death e Black Metal. Ele tem sim algumas músicas que “lembram” gótico. Mas pode crer, pensar que o Therion é gótico é não entender de gótico e não entender de Metal.
Birth of Venus Illegitima (Official Live)
Temos ainda a Black Sun que tem um coro maior de tenores e parece ser mais “densa”. Todo álbum do Therion (pelo que lembro) tem uma canção mais ou menos como uma “oração”. Black Sun, se não me engano, é uma lenda sobre um imenso Sol Negro repleto de poder… não vou aprofundar. Fechando com a Raven of Dispersion, também na pegada mais gótica que eu já citei — com o final parecido com um orar gregoriano.
Draconian Trilogy – A Obra-Prima do Álbum e do Therion
Eu quero fechar mesmo com a obra-prima do álbum. Se The Rise of Sodom and Gomorrah não é o bastante, fomos brindados com Draconian Trilogy. As suas três partes: The Opening, Morning Star e Black Diamonds, são composições de uma só música e de uma só letra.
Draconian Trilogy – Therion Goes Classic
Assim como já dei uma dica acima: O Therion tem MUITA referência de canto Gregoriano em suas canções e aqui também se faz presente, CLARO.
E sinceramente, já ouvi e revi diversas versões dela (algumas ao vivo em orquestras que vou deixar aqui). Basicamente, vejo a letra como a própria interpretação “Theroniana” (para não dizer Draconiana) da possibilidade do ascender de “certa força”… Bom… Melhor não irem muito por mim (sei muito pouco do assunto). Vamos ficar com o final da música.
The diamonds gimmering in the darkness,
(Os Diamantes que brilham na escuridão, )
to be the stars in the night.
(para serem as estrelas na noite)
Black pearls will shine so bright,
(Perolas negras irão brilhar intensamente…)
of the draconian might.
(do Poder Draconiano)
Espero que tenham gostado!
Abraços!
ps: Antes que me perguntem eu sou Teísta (acredito em Deus). E sinceramente… quase deixei de ouvir o Therion ao ver algumas traduções. No fim, compreendi que é música e fala comigo de algum jeito. Entendam assim: nenhum metaleiro é 100% metal viu! Tanta banda de black metal que os caras depois se dizem cristãos kk.
Música boa é Música boa sempre!
Fonte:
Wikipedia (ING) Vovin: [Link]
Wikipedia (ING) Sarah Jezebel Deva: [Link]
Wikipedia (ING) Therion: [Link]
Wikipedia (ING) Enochian: [Link]
Wikipedia (ING) Thomas Karlsson: [Link]